Diário de Viagens do Casal Müller: Beaune e Lyon...

Hôtel-Dieu

Dia 26/07/2015. Havíamos deixado para visitar o principal ponto turístico de Beaune pela manhã. Fizemos o check-out no hotel, colocamos as malas no carro e fomo até o Hôtel-Dieu. O hotel foi o que podemos chamar de instituição de caridade. Idealizado por Nicolas Rolin, chanceler do duque de Borgonha Filipe, o Bom, e sua esposa, foi construído em meio à Guerra dos Cem Anos para atender as pessoas que não poderiam pagar por um tratamento médico e eram assistidos pelas freiras. Ao longo da história, muitos nobres, reis e pessoas importantes realizaram inúmeras doações para ampliar e aperfeiçoar o espaço, melhorar a qualidade dos serviços, bem como oferecer uma estadia digna para os pacientes. Funcionou também como hospital psiquiátrico por um tempo, por isso ficou conhecido como Hospices de Beaune.

As funções médicas do hospital só foram transferidas para um hospital moderno em 1971. E não é só o fato de ter sido esse hospital que chama a atenção. A arquitetura do prédio, bem como muitas obras de arte contidas nos quartos e espaços do hotel, fazem com que se torne uma atração muito interessante e imperdível.

A visita pode durar o tempo que você tiver paciência para ouvir todas as explicações contidas no áudio-guia. No nosso caso durou mais ou menos 1h. Se eu ouvi todas as explicações? Nunca ouço tudo, não tenho paciência!

Saímos de Beaune por volta das 10h30 e seguimos para Lyon. A viagem levou umas 2h. Chegamos, nos acomodamos no ibis Lyon Gerland 7ème e já saímos para conhecer a cidade.

Tivemos que ir de carro mesmo, porque o hotel era um pouco afastado e o recepcionista disse que, pelo fato de ser domingo, o transporte poderia demorar. De carro foi rápido, 15m. O problema foi o estacionamento, como sempre! Pagamos 20€ por 6h.

Cenário miniatura

Bem, nosso tour pela cidade começou pegando o funicular e subindo até a Basílica Notre Dame de Fourvière, que fica no alto do morro e possui uma bela visão da cidade. Depois descemos a pé pelos jardins e ruelas até chegar na Rue du Boeuf. A Vieux Lyon (Centro Histórico) é muito interessante, com as ruelas de comércio e as famosas Les Traboules (passagens secretas). São passagens que serviam para ligar prédios, ruas e pátios. Eram utilizadas na Idade Média pelos tecelões de seda para transportar a mercadoria, sobretudo no verão, pois auxiliava à manter a temperatura estável e não estragar os produtos.

São muitas passagens e nem todas são abertas ao público. Um bom guia ajuda à saber onde você pode ou não passar, mas você encontra na internet também, como esse mapa aqui que indica onde estão localizados.

Caminhamos pelas ruelas e Traboules, paramos para tomar um sorvete e fomos visitar o Musée Miniature et Cinéma, museu dedicado à objetos e cenários miniaturas utilizados em muitos filmes. Já havíamos visto muitos museus em outras viagens, sobretudo quando visitamos a Europa no inverno, para fugir do frio. Por isso a ideia dessa viagem era curtir as cidades e escolher alguns museus pontualmente, coisas que fossem diferentes do que já havíamos visto. Esse foi um deles. O museu é muito legal, principalmente se você gosta de cinema como eu. Vários objetos utilizados em filmes famosos, alguns filmes de sets de filmagem que mostrava como foram utilizados e miniaturas muito legais de cenários. Se você estiver em Lyon, visite!

Saindo do museu, caminhamos um pouco mais pelas agradáveis ruelas de Vieux Lyon e também pelas margens do Rio Rhone (Ródano em português). Paramos um pouco para descansar, jogar conversa fora e contemplar um pouco da vida às margens do rio.

Era hora de jantar. Um dos programas mais indicados em Lyon é comer num Bouchon Lyonnais, que são restaurantes típicos da cidade. São vários. Todos diferentes e bem característicos. É fácil reconhecê-los, pois normalmente exibem em suas portas uma placa identificando como authentique bouchon lyonnais.

O Bouchon que jantamos

Comemos relativamente bem e por um preço justo. A entrada da Luciane era uma sopa de pão e cebolas com cobertura de queijo que estava uma delícia. O meu era tipo uma salada de maionese, mas com vários queijos e presunto. O prato principal, eu decidi pelas Cervelas de Lyon, que é um tipo de linguiça bem tradicional, que veio acompanhado de batatas. A Luciane comeu Quenelle, que é um tipo um bolinho recheado com alguma carne, no caso era peixe, servido com um molho e arroz de açafrão. O arroz dela estava bom, mas o bolinho não tinha gosto de nada.

Por volta de umas 21h já estávamos no hotel para dormir e descansar para o dia seguinte.